sexta-feira, 23 de junho de 2017

O IMPÉRIO DO CAFÉ


O CAFÉ E A RECUPERAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX


            A grave crise econômica e financeira que abalava o Brasil desde as primeiras décadas do século XIX só poderia ser superada com a rápida reativação do setor agroexportador. Afinal, o país permanecia essencialmente agrícola e escravocrata, não dispondo de capitais e técnicas próprias que pudessem ser aplicados em novas atividades. Dessa forma, o Brasil continuava dependendo diretamente dos estímulos do comércio internacional para assegurar seu crescimento econômico.
            A grande expansão alcançada pelas lavouras exportadoras de café, no decorrer do século XIX, tirou o Brasil da situação de crise.


            Durante o século XVIII o consumo do café propagou-se muito nos principais centros urbanos e culturais da Europa. Este consumo era suprido principalmente pela produção cafeeira das colônias francesas (Haiti), inglesas (Ceilão) e holandesas (Java). Neste mesmo século o café foi introduzido no Brasil, alastrando-se pelo país, desde o Pará até Santa Catarina e do litoral até o interior (Goiás) Mas o café brasileiro produzido nesta época destinou-se basicamente ao consumo local. A mineração e as exportações de açúcar, algodão, tabaco, couro e produtos nativos continuavam a absorver quase que completamente o capital e a força de trabalho disponíveis no Brasil.


            No final do século XVIII, o café, começou a ser cultivado no Rio de Janeiro, juntamente com o açúcar e o algodão, encontrando condições de clima e solo muito favoráveis para seu desenvolvimento. Na segunda década do século XIX, período de dificuldades da agricultura escravista tradicional, a produção do café na província fluminense já atingia índices apreciáveis (1818 chegaram a ser produzidas cerca de 300.000 a 400.000 arrobas). O café começava a projetar-se como um produto de grande valor comercial para o Brasil.
            A partir de 1830 a produção cafeeira desenvolveu-se plenamente:

1826 - 1830
foram produzidas 1.618.202 sacas
1831 – 1835
3.304.312 sacas
1836 - 1840
4.623.345 sacas

            Com isso, o café passou a ocupar um lugar de destaque na pauta das exportações brasileiras, atingindo 43,8% na década 1830 – 1840.

            Os principais fatores que impulsionaram a expansão da cafeicultura no Brasil foram:
  • o aumento constante da demanda na Europa e nos EUA;
  • a constante alta dos preços do café no mercado mundial, devido à desorganização da produção cafeeira das Antilhas;
  • a existência no Brasil dos recursos necessários para a implantação da lavoura cafeeira (terras, escravos, transporte animal e equipamentos), recursos que estavam sendo subutilizados nas áreas mineradoras decadentes e nas lavouras tradicionais estagnadas;
  • as condições naturais muito favoráveis para a cafeicultura (temperaturas amenas, chuvas regulares durante o ano, altitudes entre 300 e 900 metros), encontradas nas várias regiões do Sudeste Brasileiro (Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais e São Paulo). 

            
               A expansão cafeeira no Brasil no decorrer do século XIX pode ser dividida em duas etapas principais:
·        Etapa I – expansão pelas áreas fluminense e do Vale do Paraíba (1830 – 1870);

·        Etapa II – expansão pelo Oeste Paulista (1850 – 1930).


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